Lugar nenhum

Cheguei hoje à Ilha do Governador.
1º - Há quase ninguém em casa,
2º - São duas da manhã,
3º - Não penso que moro aqui.

daí já sei que sou mesmo um caipira, quero voltar pra boa Seropédica. Que aliás é um lugar miserável.
É constrangedor ser um estudante sustentado pelos pais, viver bem, enquanto a maioria da população dali vive com pouca ou nenhuma estrutura. Frustrante saber que eu provavelmente trabalharei longe, e pouca coisa vou fazer pra mudar essa situação.
O pior é que não existe realmente solução pra quem mora em barracos em Seropédica. Ou em qualquer lugar no mundo. Nada de capitalismo, socialismo, qualquer ismo. É sobrevivência. Só que de terno e gravata, batendo ponto, e comendo de talher. No fim, não somos tão diferentes de nossos parentes de 200.000 anos. No fim, sou apenas mais um.

"Eu não tô nem aí! Eu não tô nem aqui! Não sou, não sou! Brasileiro é o caralho!"
- Arnaldo Antunes

Morango, menta, laranja

O Sandro tem 23 anos, companheira de 20 e um filho de 13 meses, mora na Maré.
Ele não terminou o ensino fundamental, o que já lhe fechou muitas portas de trabalho. Mas como um bom pai, não apelou pras drogas e vende doces dentro dos ônibus que circulam pela Av. Brasil, pra ajudar no seu apertado orçamento:
"Bom dia senhores passageiros. Desculpe incomodar a sua viagem, mas o camelô vem trazendo as deliciosas balas Mentos, de vários sabores, tem morango, menta, laranja, tem também as paçocas, amendoim, 2 por 1 e 50, uma delícia. A todos que puderem ajudar obrigado! Aos que não puderem, obrigado por ouvir!"
Dito isto, Sandro vai andando pelo ônibus, atendendo os poucos clientes. Daí, agradece ao 'piloto', e desce em qualquer ponto, pra vender em outros ônibus.

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André tem 19 anos, é solteiro e morador da Marquês de Abrantes, e está extremamente aborrecido porque seu tênis Oakley não foi devidamente limpo pela empregada (que sua mãe devia demitir!), e logo hoje que é sexta-feira.

Saindo do coma

Estou há uns dias pra escrever alguma coisa, mas não tive ainda brilhante ideia, que me tire do marasmo pré-aulas.
té.

Dunga vs 6 anões

Achei uma parada aqui na internet, onde o cara relatou um diálogo entre o polemizado técnico da seleção e a fátima globernardes:

Segunda feira, véspera do jogo de estréia da seleção brasileira contra a Coréia do Norte,
por volta de 11 horas da manhã, hora local na África do Sul.

Eis que de repente, aportam na entrada da concentração do Brasil, dona Fátima Bernardes, toda-poderosa Primeira Dama do jornalismo televisivo, acompanhada do repórter Tino Marcos e mais uma equipe completa de filmagem, iluminação etc.

Indagada pelo chefe de segurança do que se tratava, a dominadora esposa do chefão William Bonner sentenciou :

“ Estamos aqui para fazer uma REPORTAGEM EXCLUSIVA para a TV Globo, com o treinador e alguns jogadores...”

Comunicado do fato, o técnico Dunga, PESSOALMENTE dirigiu-se ao portão e após ouvir da sra. Fátima o mesmo blá-blá-blá, foi incisivo, curto e grosso, como convém a uma pessoa da sua formação.

“ Me desculpe, minha senhora, mas aqui não tem essa de “REPORTAGEM EXCLUSIVA” para a rede Globo. Ou a gente fala pra todas as emissoras de TV ou não fala pra nenhuma...”

Brilhante !!! Pela vez primeira em mais de 40 anos, um brasileiro peitava publicamente a Vênus Platinada !!!

“ Mas... prosseguiu dona Fátima - esse acordo foi feito ontem entre o Renato ( Maurício Prado, chefe de redação de Esportes de O Globo ) e o Presidente Ricardo Teixeira. Tenho autorização para realizar a matéria”.

- “ Não tem autorização nem meia autorização, aqui nesse espaço eu é que resolvo o que é melhor para a minha equipe. E com licença que eu tenho mais o que fazer. E pode mandar dizer pro Ricardo ( Teixeira ) que se ele quer insistir com isso, eu entrego o cargo agora mesmo!”

O treinador então virou as costas para a supra sumo do pedantismo e saiu sem ao menos se despedir.

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Eu acredito que isso tenha mesmo acontecido;
Ou seja, pode perder a copa, pode lascar a seleção. Isso vale uma postagem no meu blog. Rá!
Vai Dunga, vai BRASIL, HEXA!

Ah, e o link de onde foi retirado o trecho:
http://botafogoemdebate.forumeiros.com/coluna-do-jim-f1/dunga-mesmo-se-perder-de-goleada-j-e-um-vencedor-t1395.htm

Time keeps rolling by

Esperar 6 meses pra começar a estudar (de novo) está me deixando entediado. O tempo tem passado tão rápido quanto ficar olhando a parede o dia inteiro.

Jebus Cristo x Paralamas

Eu sempre procuro não ferir ninguém no que diz respeito a religião, cultura, e tal. Até faço piada, mas dentro do limite. Aí eu leio "Tá, PARALAMAS, cara... Tá.
Mas algo ta me dizendo que isso não vai prestar, sério.
Queria tanto que todo mundo fizesse o certo, o prazeroso...".

Aí eu leio isso numa postagem da minha querida amiga J. Cardoso;

E venho aqui protestar contra essa separação das coisas. Por que um show de Herberth & Cia., com álcool, cigarro, o diabo, sei lá, não é certo, não é prazeroso? Sou contra esse negócio de que onde tem bebida, fumo é fora do caminho cristão. Não em particular com esse texto da estimada J. Abrantes, mas fico puto quando apontam algo fora do seu universo como ruim, embora essa atitude seja da natureza humana. É apenas diferente do que você está acostumado a ver, a fazer. Não precisa ir junto, mas não precisa estigmatizar.

Atchim!

Mente vazia, oficina de contabilidade

Diretamente aqui do meu trabalho no ContaAConta eu fico pensando...
Como será que eu faço pra escrever de novo uma matéria legal no Jornal Animal?
Será que ainda sei fazer piada, ou meu estoque se perdeu por aí num dendrito qualquer?

Enfim,

Alô. Por aqui tá tudo bem, vou levando como antigamente, quase não sinto mais falta. O tempo continua viajando, e me levando junto. Quase não sinto falta mais falta. As pessoas aqui são formidáveis, os lugares também. E tem a ocupação do trabalho. Isso me ocupa a mente pra não deixar remoer nada de outrora. 'Manhã vou sair com uma garota que conheci no bar semana passada. Quase não sinto mais falta. Nosso tempo já foi. Meio brusco dizer isso, sim, embora sobre sempre um pedacinho. Quase não sinto mais falta. Enfim, como vai você?

Farofeiro é foda

"Minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem de grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite."
Esse trecho é maneiro, acho que eu me vejo nele.

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Meus dias têm sido legais. Eu tô cagando pra fazer as coisas, não fazer, conversar com os outros, fazer merda, e etc. Eu tô enrolando esses meses que faltam pra me mudar. Morar em Seropédica, ser universitário federal na moral, daí pra frente vai ser um período legal. Acho que essa é uma daquelas guinadas na vida que definem o que você realmente vai fazer dela. Tô me achando um farofeiro brabo, devido ao meu entusiasmo.

Por enquanto é só, fim de papo. "Away!"

O que escrever, pra que escrever, pra quem escrever, como escrever?

Alhos vs. Bugalhos

Já disse o Einsteintein: "A imaginação é mais poderosa do que o conhecimento." O problema é que algumas (muuuuuuitas, erréia, inclusive põe essa frase no orkut, chega a enjoar) pessoas acham que isso exclui a necessidade de conhecimento na vida. E afinal, como é que se poderia imaginar coisas maravilhosas, sem conhecer as coisas desse mundão?

Faísca no quarto escuro

Eu nunca fui muito de expor o que se passa na minha cabeça, sempre tive como meta pensar sozinho pra resolver. Esses dias porém, o ano de 2010 martela meus neurônios incessantemente.
Primeiro, a sombra do serviço militar, que podia me custar um ano pra nada. Até possíveis mudanças, eu estou liberado, ainda bem!
E a outra preocupação, mas não menos importante, é a carreira. A continuação da minha vida profissional. Porque eu percebi que parei no tempo. Terminei o ensino médio em 2008 e ainda não prossegui. Sinto como se estivesse parado no tempo, sem conseguir ir em frente. É possível que eu não passe no vestibular federal esse ano de novo, e já tem cobrança da família, do mundo, e aparecendo, cobrança minha.
E como bom brasileiro que sou, a mente trabalha bem na hora do sufoco: agora já considero bem interessante a ideia de fazer uma faculdade particular de Direito, uma parada que eu, bem preconceituoso, dizia que não ia fazer. Mas como bom brasileiro que sou, me perdoem os outros, sou um belo de um vagabundo. Daí eu acho que se conseguir passar pra Direito agora numa particular, porque isso me parece meio difícil também, vou me empenhar o que eu não me empenhei nos últimos 2 anos.
Isso tudo surgiu mais ou menos quando fui visitar minha 'família' em itaperuna. Ver grande parte dos meus amigos já encaminhados começou a me incomodar, como uma pedra no sapato.

Enfim, é isso... Dividi parte do trabalho cerebral com uns 2 leitores (30% erro pra mais)
Agora vou nessa, transferir meu título de eleitor.